Verdade de Tolos
 
Há um ouro em minha pele, sinto como um calafrio sutil, uma sensação de poder me expondo à idéias novas sobre cada significado, e esse minério é uma transmutação inesperada, de um minuto para o outro, eis que todos os ontem viraram um hoje dourado, e isso está correndo toda minha pele como se eu fosse um rio de poder.

Mas nem é o poder de me apostar com minhas poucas moedas, sejam minhas poucas moedas de coragem, poucas moedas de beleza, poucas moedas de criatividade, ou mesmo, poucas moedas de poder, é sim uma riqueza na sensação de tempo, há um compasso em mim novo, ele é feito todo de ouro, ou quase todo, ele marca minha andança silenciosa, e eu ouço com dedicação, nem se quer assobio, ao redor de mim eu sinto a tolice de tudo, e saber disso é dourado.

Tenho ouro na minha pele, e são poucas as moedas que compram isso, eu sei, porque de repente todos os ontens se converteram num inesperado hoje, talvez seja o fato de ter me esgotado as riquezas, e sem como apostar, apostei tudo, e tudo se foi, perdido num silêncio ao redor, tudo perdido em uma falta clara de significado, e por mais que pareça feio ou errado, é assim que é mesmo, tudo agora é meu compasso e é um silêncio de espertos.

Desperto fui quando encontrei a mina de tudo isso: os passados. Sejam os meus ou os alheios, fui acordado, e diante do brilho disso vi que tudo se acalma sem nenhum resplendor, nem na glória, nem na dor.

Agora vejo a Verdade, é um silêncio dos espertos, e esse ouro é o melhor, corre nas nossas peles e nos deixa despertos, prontos para se expor às idéias novas com uma moeda de tempos, conversando com os minutos e dias, convencendo que tudo ao redor não é a lavra fácil do primeiro significado, é preciso não fazer barulho e ouvir a Verdade brilhando em veios mais profundos, eu ouvi, esse som é o meu compasso, vou dizer a todos os outros, tudo que alarmam é Verdade de Tolos, mesmo que eu feito de ouro seja morto e enterrado, antes de mim, foram-se todos os passados, bem disse a você, sobre algo inesperado: o ontem foi tudo menos fato.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008 - 16:55

            Lopes Castro Gustavo


 
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