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Marca-passo
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Há um sinal terrivel no meu coração, ali gravado pelo sol do meio-dia, uma marca que arde todo tempo à espera de um sopro-brisa. E que viesse de janelas, abertas com irresistível amor pelos perfumes da vida, eu moro em mim sem saber lidar com as paredes, ou com as ventanias. Meu coração arde uma paixão demorada e dolorida, marcando o sol com minha bela e sutil agonia.
Estalam os assoalhos de meu peito, e ouço o que se esconde na minha sina:
"- Cicatriz nenhuma é poesia."
sexta-feira, 11 de julho de 2014 - 12:33
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Alvorada do Ontem
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Corro os dedos e minha pele suave pela toalha de renda, à mesa uma fruteira com cheiro de dezembros, a janela está pendurada em um céu frio e nublado, minha terra está molhada do orvalho, fez sol ao meio-dia. Todas as lembranças se embaralham, é um novo jogo com o mesmo baralho. Sento ao lado de minhas dúvidas, essas janelas em paredes tristes, em nuvem baixa, névoa e poeira em chão de odiados horizontes. Dou-me ao espinho dos abacaxis como quem morde a maçã e sirvo à mesa meu bordado de sofrimentos. Um tom de sangue e aviso, minha pele posta aos céus frios, estou sol e ao meio-dia. Sento ao lado de minhas dúvidas e a mesa insiste no perfume de poesia.
Escuto de meu coração nublado:
"- Salva-te na ventania."
sexta-feira, 4 de julho de 2014 - 07:10
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