Claridade e Refrescância
 
Estou esforçando meu cérebro a se expressar de forma direta, tentando assim dissipar essa grossa fumaça ao meu redor que eu mesmo criei desde nascido, essa cortina que tenta me ocultar de mim mesmo para eu não me ver visto pelos outros.

Eu estou esforçando meu coração a sentir as coisas com mais profundidade e silêncio, quero deixar a música ser a música e não minha expectativa de som, e por muito tempo ouvi coisas antes delas se fazerem sonoras, e isso não foi ouvir mas sim assobiar com a imaginação o que deveria ser uma sinfonia de tudo ao meu redor.

Mas eu me esforço para dizer a mim mesmo sobre a Honestidade, e nem mais a cobro tanto dos outros, pois bem sei o quanto falhei nisso naturalmente, por medo, por angústia, por pressa ou por ignorância.

Conheci tanta gente melhor que eu, e mesmo assim essas pessoas se viram com seus resultados em mãos e sem mãos para esses resultados, estavam ali, bem à frente deles, e não sabem porque aquilo parecia tão válido, talvez faltasse de alguma forma outras mãos e outros olhares para apreciar junto o que fizeram uma vez sendo melhores que eu, não sei dizer, mas isso de grandes pessoas não se sentirem realizadas me diz muito, e muito é o que falo para mim sobre Honestidade.

Já tem algum tempo que não entendo Honestidade como a simples compostura de não trair outras pessoas em relacionamentos de qualquer cunho, não, já há algum tempo que falo de uma honestidade com as regras do jogo, com o chamado feito ao redor sobre apostas de gente grande.

Esforços meus em ser direto me deixaria eventualmente exposto aos outros, sem palavras complicadas, e com muita coragem dentro da postura honesta, talvez eu me reconhecesse de verdade no espelho-olhar dos outros. E isso tem sido um lugar comum dos meus gestos.

Talvez desde pequeno eu tivesse sido prometido a ser claro e refrescante comigo mesmo, mas nunca soube ser porque essas duas validades estavam presas atrás de muitos ensinamentos atropelados e amontoados, fui vítima de duas escolas terríveis: pais amedrontados e uma sociedade desesperada. Desde pequeno fui cuidado pelos mesmos senhores que apadrinham terroristas.

Mas também tive a sorte de ser tão ridícula e descarada essa situação educacional que chegou ao ponto de na sua credibilidade hollywoodiana eu ver a piada que estava sendo contada. E assim, fui me salvando onde pude.

Outro ponto que tenho comigo como interessante resultado, e isso é um orgulho muito especial para mim, é que essa educação tempestuosa deixou-me muito exercitado nas questões metafísicas de tudo, uma salvação poderia-se dizer!!!

É claro, que para ser um cidadão politicamente correto, para respeitar todas as linhas de pensamento, para construir uma democracia fora e dentro de mim eu precisaria flexibilizar essas minhas concepções metafísicas, e até de certa maneira, usá-las só quando convir.

No entanto, a despeito de toda coisa boa sobrevivida e nascente dos meus esforços, por mais que a honestidade promova claridade e refrescância, ainda me assombra o fato de grandes pessoas não terem mãos para seus resultados.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008 - 02:28

            Lopes Castro Gustavo


 
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