Prece aos penhascos.
 
Vai à frente rachaduras dos continentes, rasga meu caminho por entre as fortalezas e verdades, faz paredes ao meu redor quando eu for ao fundo de seus vales, vou voar distante e te ver riscando meu horizonte, um X demarca minha casa no coração dos cenários, e eu vou pousar com todo meu peso em teu peito, não quero aquela manhã de novo, não quero aquela tarde, beira sobre meus passos as derramas de tudo sobre tua clivagem, cai e rola em promessas ao fundo tudo que ao meu redor existir, quero o escoar dos tempos, e te peço, vai comigo ao fundo de tudo em mim e deixa-me vazio, tranquilo e alado, com cada margem de você penhasco, como se meu perder fosse meu ganhar, como se teu fender fosse no mais grosso chão o meu achar, eu sou semente entre seus significados, e você clemente me abre o abraço, vamos comigo ao mais profundo dos sonhos, dividir nações e unir oceanos, o fundo do mar não conhece nenhum pássaro, eu quero pousar e encontrar teus passos, deita em meu peito sua cicatriz de separações, clamo teu abrir em meu contínuo fechar, pesa sobre mim o talento dos continentes, eu à beira de ti quero voar, vá em frente, abra cénários, confio em ti minha janela para toda sepultura que fizeram mim, peço a ti tuas margens, teus abraços.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010 - 22:16

            Lopes Castro Gustavo


 
  • O Nome
  • Dos Crepúsculos
  • Deus em mim.
  • Da Tempestade às Conchas.
  • O passado passando.
  • Metade do Agora
  • A Peste
  • ... 1
  • Teu papel.
  • No caminho das chegadas.
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