Águas Sujas
 
Fiz de lama umas tábuas para jogar de iscas aos teus peixes mortos, sinto que o cardume de tuas histórias está procurando o ar de minha inocência, e tuas caveiras beiram teus olhos. Mas fiz de lama tudo que você poderia chamar de medo em mim e tome cuidado porque atiro em você cada peça que faço, vou fazer de seu chão sagrado - essa bacia de inveja - uma caixa de mármore, com cruz e mamíferos marinhos vou deixá-lo preso em sua sepultura. E um acordo entre eu e a chuva ficou travada sua vida numa seca sem fim, quando os ossos de seu espírito pesarem menos que as âncoras amarradas em seus pés eu vou soprá-los contra a tempestade que nascerá de cada covardia revelada, guardei nos confins do perdão não dado um alimento terrível para teus peixes sedentos de meu sangue, darei a eles o mesmo veneno que por aí exalas em seu hálito.

 E ouvi da vingança nos exércitos de mandíbulas enlouquecidas:

 "- Da terra molhada com seu fel virá minha argila."

sábado, 21 de julho de 2012 - 14:44

            Lopes Castro Gustavo


 
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