Lótus
 
Eis que o rio a passar em mim banhou-se em águas de outro, e esse outro purificou-se antes em mais um e esse um em algum lugar ainda mais limpo, os dias chegam a cada instante limpos como as pétalas de lótus sobre as sombrias profundidades dos ontens, e essa melodia suave escutada pelos insetos do pântano sem transformá-los em poetas vem ao meu ouvido, fico encantado ao beirar o leito dos desapegos, um silêncio deixa os barcos passarem, uma jangada de revelações carrega para longe a frustração de antes, deixa comigo no entanto, a razão de ser dos vaga-lumes, ao meu redor e da flor amanhecida eles se aprontam para se esconder atrás do olhar sobre o olhar.

 Das lamas esquecidas no fundo de tudo ouvi:

 "- Semente boa é aquela que faz brotar águas."

sexta-feira, 20 de julho de 2012 - 05:58

            Lopes Castro Gustavo


 
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