O Sacrifício de Cada Dia
 
Tem essa ventania batendo as janelas, animando telhas velhas a tentar qualquer voo, e minha pele ouriçada com esse frio de medos, vindos soprados pelo sonhos que suspiro, furacão em outro nascido, tem esse gelo na barriga, esse peito pesado como fosse trancado para nada entrar ou sair, sinto-me pendurado no buraco sem fim das escolhas, e a paisagem é escovada por mãos de nosso tempo, do tempo deles, do destino de mil almas que se soltaram de seus corpos anos mil antes de mim, mas que nas palavras deixaram o significado como brisas-sementes de tempestades a qualquer momento de nossas bocas - de nossos olhares - fugir.

Do ruir da casa que me esconde de mim, desse teto de peles velhas, de cerâmicas moídas pelo sol e chuva, pelo cupim que mora em troncos e ervas nascidos loucos e amiudados nos meus dias, guardo o último chamado do amanhã:

"- Todo nascer do sol é um morrer quando sem você."

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014 - 15:14

            Lopes Castro Gustavo


 
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