Rito de Passagem
 
E tem essas velas todas espalhadas pela sala capitular, um funeral de sonhos que se enebria no cheiro de cera antiga, de velha parafina guarda há séculos dentro de uma espera que jamais se valeu, e enfim um pedido de milagre para que o coração renascesse mas sem o resto de sangue do derramado por outro, agora tudo novo e um dia de luz pela janela, joelhos doendo de andar assim em busca de quem não quer ser encontrado, foi-se minha romaria por você, em uma chuva fina de poeira que pareceu tantas vezes tempestades em desertos frios e infinitos, ali cadentes em meu chão sem suas pegadas ou seu cheiro, foi-se você e fez-se montanhas demais em meu caminho, e qualquer toque dos anjos de pedra no céu que é inteiro cemitério faz asas onde só havia dor e rastejo. Eis o que sobrou do meu adorar o teu carinho.

quinta-feira, 9 de maio de 2013 - 00:43

            Lopes Castro Gustavo


 
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