Alvorada do Ontem
 
Corro os dedos e minha pele suave pela toalha de renda, à mesa uma fruteira com cheiro de dezembros, a janela está pendurada em um céu frio e nublado, minha terra está molhada do orvalho, fez sol ao meio-dia. Todas as lembranças se embaralham, é um novo jogo com o mesmo baralho. Sento ao lado de minhas dúvidas, essas janelas em paredes tristes, em nuvem baixa, névoa e poeira em chão de odiados horizontes. Dou-me ao espinho dos abacaxis como quem morde a maçã e sirvo à mesa meu bordado de sofrimentos. Um tom de sangue e aviso, minha pele posta aos céus frios, estou sol e ao meio-dia. Sento ao lado de minhas dúvidas e a mesa insiste no perfume de poesia.

Escuto de meu coração nublado:
"- Salva-te na ventania."

sexta-feira, 4 de julho de 2014 - 07:10

            Lopes Castro Gustavo


 
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