Inimigo Meu
 
Eu viajo para os lugares usando um corpo complicado de guiar, ele foi muitas vezes direcionado por um motorista descontrolado, e por conta disso esbarrei esse veículo muitas vezes, até o ponto do interior dele ter muita coisa quebrada e mal consertada.

Esse sentimento de estar vivo é grande parte(ou totalidade) o barulho que esse veículo faz quando anda entre as paisagens, escuto de mim o quê significam as coisas, e esse som não é fiel à suavidade da vida, faço barulho com qualquer chão que rodo, e muitas vezes não acho possível enfrentar uma ladeira, também paro nas esquinas cheias de cruzamentos, paro e deixo o cansaço de viver nesse veículo escolher para onde vou.

Seria simplesmente ideal trocá-lo, pegar meu corpo tão vitimado por minha outras épocas psicológicas e jogar fora, logo em seguida pegar um modelo 2008 e sair por aí rodando uma nova vitalidade. Mas conheço os limites da fantasia.

Esse inimigo que tenho já contou demais com a amizade por mim, e eu o traí, acidentalmente o traí, o violentei, e até mesmo fui vítima junto com ele de "gentes à fora", mas principalmente fui vítima de mim e dele o tempo todo.

Para eu ter um veículo recuperado vou ter que combinar uma fase de reparos, e sentir devagar o som das coisas quando passo por elas, sem deixar me perturbar por minha produção interior.

sábado, 1 de março de 2008 - 15:53

            Lopes Castro Gustavo


 
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