Pegadas
 
Eu posso sentir toda a areia do deserto quando o sol vem ao meio do céu, eu posso sentir cada passo dado em todo o chão do mundo quando o homem veio ao meio dia de sua beleza, eu posso sentir o furacão arrastar os peixes de águas altas, eu posso entender as palavras do poeta suicida, posso encontrar o medo de perder, eu posso fingir que o mundo vai durar, que a vida jamais vai voltar e que o sol será a casa final da luz, por minhas mãos vazam as areias de suas montanhas, de seus castelos, de seus medos, de seus amores, por mim passam as histórias de mil caravanas e um cão sozinho na chuva, eles vão a algum lugar ao fim da rua, cruzam a minha vida pela janela pequena de meu tempo, e eu sinto o cheiro do chão molhado como se fosse o perfume do universo.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010 - 14:22

            Lopes Castro Gustavo


 
  • Deus morto.
  • Da mágica chuva.
  • Prece aos penhascos.
  • O Nome
  • Dos Crepúsculos
  • Deus em mim.
  • Da Tempestade às Conchas.
  • O passado passando.
  • Metade do Agora
  • A Peste
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