Meu último velório.
 
Estive em casa pela última vez, lá bem perto daquele corpo que ia ser enterrado antes do crepúsculo, e foi-se assim o final das nuvens, dos dias, dos anos, dos séculos, e de todos meus pecados comigo. Eu do alto de meu paraíso me perdoei e fiz a gênese ao contrário, sepultando os casais de contradições que jaziam sem filhos nos refúgios longe mim, fiz mais! Voltei com eles para bem perto da maçã, a devolvemos à árvore e também todos juízos do mundo foram-se ali, na casa, no último velório de meu autoconhecimento, uma felicidade imensa vem para aquele que crê nisso, e eu sou essa alegria que sacode as flores do caixão, levanto e caminho ao encontro do meu céu, das minhas nuvens, dos dias, dos anos, dos séculos nos crepúsculos que os deuses enfim pintam para si, estou agora aqui diante de minha vida no primeiro dia dela, bem à frente do meu destino, e o sol retorna de seu pôr.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012 - 00:49

            Lopes Castro Gustavo


 
  • As Escadas dos Anjos
  • Pegadas
  • Deus morto.
  • Da mágica chuva.
  • Prece aos penhascos.
  • O Nome
  • Dos Crepúsculos
  • Deus em mim.
  • Da Tempestade às Conchas.
  • O passado passando.
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