Acima das Cidades
 
Há um vento cortante a desenhar com arranhos os caminhos dos pássaros,e também fazendo em fatias para me servir o azul aberto.

Acima das Cidades há minha eternidade esperando eu chegar em casa com flores, ela aguarda na janela enquanto assiste os mundos de cimento e pressa.

Há paredes por lados bem daqui de baixo, então levanto acima das Cidades, eu digo que vi, e que vi por dentro, por todos os cantos o que há em acima das Cidades, e esperava por mim deitado na grama todo o azul do céu, eu cheguei e deitei com ele.

Eu vou contar sobre o vento cortante, e sobre as muitas fatias do tempo enviadas para meus amores assistidos, esses dias tão cheios de ar, tão cheios de pressa que no meu peito pesam como cimento, eu inteiro feito de Cidades, cheio de gentes e de esperas, e acima dos momentos, mas eu fico esperando ser devolvido a minha amada, e para sua janela, onde aguarda vendo o azul deitado na grama, esse moço lindo cheio de paredes abertas, e olhando para mim bem acima das Cidades, eu por dentro levando flores.

domingo, 30 de março de 2008 - 01:24

            Lopes Castro Gustavo


 
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