Carta de Resignação I
 
Ainda não sei como envenenar e destruir a população de idéias que consomem meu espírito, falo das idéias cheias de anteninhas e perninhas, carregando uma a uma as folhas da árvore destruída à mordidas, picotadas quase que atomicamente pelo consumismo exagerado de todos nós, cansei dessas formigas dentro de mim fazendo dispensas volumosas de ressentimento político, e eu ainda não sei dar um fim nessa praga criativa.

Estou escrevendo a todas vocês desejosas de um Gustavo ativo, como se fosse o formigueiro o cúmulo da atividade civil entre todas vocês, vou dizer e uma só vez: não praticarei salvação nenhuma! E se sou teu formigueiro de pensamentos, tomarei todos os dias as águas fortes de uma resignação sincera, minha honestidade comigo me diz que não posso mais carregá-las, e nem mesmo sair em defesa de tudo que existe. Essas idéias de ajudar o mundo e o universo terminam por aqui, não que eu deseje um final triste e vingativo para a civilidade que me rodeia, mas darei meus passos e cultivarei meus orgulhos a partir de um formato diferente dos de vocês, eu não posso ser o que essas idéias excitam, e se eu tiver que ser algo dentro dessa proposta haverá de ser do meu jeito.


Primeira carta, a todo movimento político dentro de mim.

quinta-feira, 13 de março de 2008 - 07:32

            Lopes Castro Gustavo


 
  • O Labirinto Esquecido
  • Medo de Perder
  • Ervas de Mim
  • O Anfitrião da Pergunta
  • A Ilha
  • A Quimera de Cada Dia
  • Inimigo Meu
  • A Caixa de Fósforos
  • Quid pro Quo
  • Gargalhadas de Mim
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